Londres é realmente uma das cidades mais fascinantes do planeta. Tenho uma teoria, a de que se você seguir a trilha das cidades escolhidas para sediar as Olimpíadas de verão, você estará fazendo escolhas certas para as cidades que um dia deve visitar. Veja por exemplo onde será a próxima: Rio!
Tive o privilégio de, no verão de 2012, ir duas vezes a Londres: primeiro fui a trabalho, e me encantei com a vibração da cidade (já havia ido outras vezes, mas desta vez havia alguma coisa diferente no ar, e pode ser que tenha sido a atmosfera pré-Jogos Olímpicos.). Não sei, resolvi voltar nas minhas férias, que seriam algumas semanas depois. Uma decisão acertadíssima.
Não faltam guias e informações turísticas sobre esta cidade. Por que estaria eu então escrevendo este post? A idéia é personalizar a experiência, compartilhando com vocês, queridos leitores, meus lugares e prazeres prediletos dessa encantadora cidade.
O Metrô
OK, ele é velho e apertado, pode estar superlotado, e se tornar um forno no verão. Mas e o charm? E o cosmopolitismo? E andar por aqueles corredores com gente de literalmente todos os lugares do planeta (tenho certeza de ter visto uns marcianos por ali também) e muitas vezes ao som de baskers (músicos de rua, e…umhh …de metrô, suponho) tocando, se você tiver sorte como tive, uma de suas canções preferidas. Lá, o metrô é chamado THE TUBE, e chega a virtualmente todos os lugares da cidade. O que é comum na Europa, por sinal. O sonho de consumo de todo paulistano ou carioca. Realmente, muitas vezes eu não ia a lugar algum especificamente, apenas entrava e saía das diversas estações, curtindo a experiência em si (please don’t call me weird!). Ah, compre seu passe semanal para economizar uma mini-fortuna.

I love the London Tube
The National Gallery
Localizada em Trafalgar Square, este importante museu tem mais de 2300 pinturas, de artistas como Caravaggio, Jan van Eick, Rubens and Turner: talvez alguns de vocês se lembrem da famosa cena de SKYFALL, onde OO7 conhece o jovem Q na frente de uma obra de Turner, e trocam farpas e ironias sobre as vantagens e desvantagens da experiência (velhice) versus juventude. Se passa na National Gallery.
O que mais me deslumbra, porém, é o fato de que a galeria está ali sempre, para os moradores, à sua disposição, para visitação quando queiram, e de graça! Para nós, turistas , há que aproveitar cada minuto. Posso passar horas andando ali, transportado para um mundo de sonhos. Vi pela primeira vez o famoso quadro Sansão e Dalila de Rubens (imagem abaixo) no ano passado. Por quase um mês enviei emails para amigos com a foto do quadro, orgulhosamente discursando para eles (obrigado pela paciência!) sobre os diferentes focos de luz escohidos pelo artista para apresentar a cena da traição: enquanto Sansão dorme, Dalila lhe corta os cabelos, fonte de sua força, para entregá-lo aos filisteus. Além das três fontes de luz visíveis, o quadro era para ser pendurado em cima de uma lareira originalmente, o que adicionava mais sombras, calculadamente. Fantástico. Isso tudo eu aprendera, claro, durante a audio-tour.

Sansão e Dalila, Rubens. National Gallery. Clique para aumentar.
St Paul’s Cathedral, the Millennium Bridge e Tate Modern
Não, não estou trapaceando, falando de três pontos turísticos ao mesmo tempo, havendo prometido só cinco. É que se chega de St Paul’s a Tate Modern através da Ponte do Millennium. Tudo isso às margens do Tâmisa, com direito a calçadão tipo Ipanema, que se estende ao longo do rio até a Tower Bridge: uma bela caminhada. O pátio à frente do Tate Modern – um museu de arte moderna instalado numa antiga central elétrica – é uma festa, com gente conversando, tirando fotos, músicos tocando, pessoas declamando… Há também um terraço no piso superior do museu que oferece uma vista impagável da catedral e do rio. Merece uma, não, várias fotos.

St Paul’s Cathedral – vista do Tate Modern. Clique para aumentar.
Hyde Park
Minha frustração é nunca ter visto um dos concertos dos Rolling Stones ali: era criança no primeiro e não tive férias para poder ir ao segundo. Mas como minha imaginação é boa (e havia visto o vídeo do primeiro concerto!!), não tive problemas em perambular por ali como se estivesse ouvindo Sympathy for the Devil. Me hospedei ali perto, em Bayswater, portanto a caminhada pelo parque era uma obrigação e um prazer quase diários. Parques de Londres são pérolas no verão. Vá a qualquer um, a diversão é garantida.
Camden Town
Os mercados, a vibração, os barzinhos à beira do canal, o fato de ser onde morou Amy Winehouse, tudo isso contribui para a atmosfera mágica desse bairro. Recomendo sobretudo o mercado principal, o CAMDEN LOCK, folclórico em todos os aspectos, cheio de gente interessante, muitos góticos, tudo para comprar, incluindo livros, velharias, comida, e ótimas barganhas (tipo camiseta com dizeres I LOVE THE LONDON TUBE).

Camden Town. Clique para a aumentar.
Bem por hoje é só.
Agora é sua vez: quais são seus lugares preferidos de Londres? Compartilhe conosco.
Ah, se alguém está se perguntando por que esse post está figurando num blog sobre linguagem, digamos que visitar Londres é uma das maiores motivações para se aprender inglês! Taí o vínculo.
Au revoir
Jorge Sette