Aprender línguas deve ser como jogar CANDY CRUSH SAGA

A bola de cristal

É verdade, não tenho uma bola de cristal. Mas tudo que preciso fazer é olhar ao redor (ler o que se fala nos blogs especializados, falar com meus amigos professores e alunos, observar as crianças brincando,  e ter trabalhado até muito recentemente no meio editorial) para perceber padrões muito claros que se estão delineando e que, em muito pouco tempo, dominarão completamente o universo do ensino/aprendizagem de inglês, e de outras línguas estrangeiras.

Não é minha intenção exaurir o tópico no pequeno espaço desse “post”. A discussão poderá ser continuada e refinada num futuro próximo, mas farei abaixo um resumo do que acredito já está mudando e quais as consequências dessas novas tendências na nossa área de ensino de línguas estrangeiras.

E-learning

Acredito que não é supresa para ninguém que os materiais impressos estão com os dias contados. Tablets e smarphones parecem ter sido feitos sob medida para aprendizagem: são atraentes, práticos, podem ser usados em qualquer hora e lugar, permitem armazenar toda uma biblioteca multimídia e permitir sua portabilidade para onde se queira levá-la.

Conteúdos didáticos online primam pela possibilidade de oferecer ao aluno feedback imediato dos exercícios mais automáticos, personalização da aprendizagem, na medida em que os alunos podem dedicar o tempo que necessitam às atividades, e até mesmo escolherem os tópicos que lhes sejam mais interessantes e/ou mais problemáticos.

E-learning por muito tempo ainda conviverá com “blended learning” (uma combinação  já comum entre aprendizagem online e aulas mais tradicionais numa escola), ou seja, o aluno faz as tarefas mais automatizadas no tablet/smartphone/computador, fora da classe, e pode também dispor do contato físico com o professor durante o tempo passado na escola. Isso nos leva ao próximo ponto das mudanças por vir:

O papel do professor

Preparemo-nos para constantes reciclagens e treinamentos. Para o resto de nossas vidas docentes (que sejam longas, se Deus quiser!) O período de aprendizagem e reciclagem do professor não terá mais uma data para ser concluído. Com a evolução das tecnologias (imaginem, por exemplo,  a revolução que o GOOGLE GLASS não trará ao ensino quando for lançado para as massas já nos próximos meses!), será permanente a necessidade de adaptação e desenvolvimento de novas estratégias e táticas de ensino.

Além disso, o papel principal do professor será o de consultor e facilitador, gerenciando e ajudando o aluno a montar seu próprio caminho na aprendizagem individualizada. Essa tutoria se dará pessoalmente, mas também online (via skype ou qualquer outro meio de teleconferência).

Muitos especialistas falam ainda da “flipped classroom”, um conceito que, simplificadamente, quer dizer que o aluno aprende e pesquisa sozinho, fora da escola,  e usa os serviços do professor para solucionar dúvidas mais específicas, ou como fonte de motivação e orientação, ou para todas as outras interações mais afetivas, em que o elemento humano ainda é indispensável.

Metodologia

As tendências metodológicas vão todas na direção da flexibilização e personalização da aprendizagem, com o objetivo de, respeitando as diferenças de estilos de aprendizagem e aptidão, realmente preparar o aluno para as chamadas habilidades do século 21 (colaboração, criatividade, desenvolvimento do pensamento crítico, desenvoltura com o uso da tecnologia, etc).

Línguas terão de ser aprendidas/ensinadas com muitos elementos de CANDY CRUSH SAGA: de maneira compulsivamente envolvente, com  um forte componente de diversão, mecanicidade, competitividade e colaboração (essas duas últimas características se realizarão através das redes sociais).

CLIL (o ensino da língua como veículo, sempre contextualizada por meio de temas relevantes à vida do aluno – a língua como um meio, e não como um fim em si mesma) e a existência de métricas são duas outras tendências metodológicas fortíssimas, e que só vão se intensificar. O aluno deseja aprender a língua estrangeira para usá-la na vida real, e necessita de sistemas que o ajudem a quantificar e medir seu desenvolvimento e performance.

Bem, acho que isso já cobre o bastante por hoje. Baseado no feedback de vocês, continuamos o  tratar do tópico em “posts” futuros.

Imagem

Candy Crush Saga. Clique para ver aumentado.

Au revoir,

Jorge Sette.

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