Suponho que o atento leitor (ando lendo Machado de Assis, como se pode perceber) já fala inglês fluentemente. Do contrário, como poderia estar empregado, fazer uma pós-graduação, usar a Internet, jogar videogames ou se deliciar com as poderosas interpretações dos atores de “Breaking Bad” sem se distrair com as legendas, ou ainda pior (inconcebível!), com as intragáveis dublagens?
Imagino que a frustração que você sentiria seria a mesma por que passei ao ver dois belos filmes franceses recentemente (“Azul é a Cor Mais Quente”, e “Jovem e Bela”), percebendo que o fato de baixar os olhos repetidamente para ler as legendas – nem sempre bem traduzidas – prejudicava a experiência de mergulhar totalmente no universo daquelas belas mulheres.
Bem, de qualquer forma não me sinto tão culpado, pois como já expliquei em posts anteriores neste blog, o francês é minha próxima meta: pela pura beleza da língua, pela possibilidade de ler obras literárias no original, e, talvez, quem sabe, poder sonhar em morar um tempo em Paris (só a idéia de poder visitar o Louvre quando bem queira e entenda me tira do sério).
E você? Já pensou qual sua próxima língua?
Hoje em dia não se pode mais saber apenas uma língua estrangeira. Especialmente se você é jovem e está iniciando sua carreira acadêmica ou profissional. Sério!
Claro que o inglês é sempre a primeira opção, pela sua função de língua franca (serve como ponte para a comunicação internacional entre várias povos de diversas línguas), além de ser a língua em que se publicam os mais importantes artigos informativos e científicos, e todos os outros motivos que enumerei no primeiro parágrafo dessa nossa conversa.
Mas e a próxima língua?
Infelizmente, não posso ajudá-lo nessa decisão, pois essa escolha dependerá exclusivamente de seus objetivos. Se você optar por uma língua que muita gente já fala internacionalmente (como o inglês, o espanhol ou o francês) poderá estreitar o contato com mais gente e terá uma maior audiência (se sua meta for, por exemplo, fazer negócios com diversos países, ou, talvez, publicar e ser lido).
Mas talvez você queira se diferenciar como professor ou tradutor, especializando-se em uma língua pouco falada por essas bandas (russo, mandarim, urdu?), direcionada a um nicho especifico e talvez bastante lucrativo do mercado. Ou talvez você queira ler os filósofos alemães no original, ou mudar-se para um certo país por amor à cultura local. Ou por qualquer outra exigência profissional ou acadêmica.
Como você já percebeu, o objetivo desse post não é resolver o problema do (a esta altura) impaciente leitor (de volta a Machado!), mas fazê-lo começar a pensar que, no mundo complexo em que vivemos, você precisará provavelmente de mais umas duas línguas além do português para integrar-se exitosamente na engrenagem globalizada.
A internet é o lugar ideal para começar sua pesquisa (google, por exemplo, “línguas com maior número de falantes”, “línguas com maior número de falantes não nativos”, “what language should I learn next”, etc, etc).
Não durma no ponto: a hora de começar é agora.
Au revoir
Jorge Sette